Durante uma fala franca e reflexiva, Paulo Leme Filho trouxe uma importante diferenciação sobre o consumo de álcool e a dependência química. Segundo ele, o simples fato de uma pessoa afirmar que deixou de beber ou reduziu o consumo por não gostar do sabor da bebida já indica que ela não se enquadra no perfil de um dependente. “Quando você tem um percentual de pessoas que falam que deixaram de beber ou diminuíram o uso do álcool por conta do gosto, você pode ter certeza que esses 21% não são dependentes químicos”, afirmou. Em tom descontraído, Paulo acrescentou: “Esse daí, você pode colocar uma medalhinha, falar pra ele: meus parabéns, você não tem a dependência química. Ele ainda reforçou a gravidade da dependência ao compartilhar sua própria experiência. “Eu também não gostava do gosto. E poucos gostam. E eu acho muito difícil aquele camarada que tá largado — que sou eu, que sou eu, né? — achar que aquilo é gostoso, porque aquilo não é.
Segundo Paulo, pessoas em situação de rua consumindo bebidas alcoólicas de baixa qualidade não o fazem por prazer, mas pela dependência que enfrentam. “Não é possível que a pessoa que está ali largada, descalça, sofrida, suja, na rua, tomando uma barrigudinha da pior cachaça do mundo, ache que aquilo é gostoso.”“
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