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Domingo, 19 de Janeiro de 2025
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Política

Vozes em ascensão: Cresce a participação das mulheres na internet e nos debates públicos

Por: Bruna Cecilia de Almeida

Redação
Por Redação
Vozes em ascensão: Cresce a participação das mulheres na internet e nos debates públicos
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O livre exercício da cidadania que envolve debates sociais e políticos nem sempre teve força para alcançar a população feminina. No entanto, esse cenário vem mudando paulatinamente por meio de suas mobilizações no ambiente digital e fora dele.

As mulheres encontraram na internet um terreno fértil para propagar ideia e se posicionarem sem que precisem pedir licença. Diversas pautas, que antes eram dominadas por homens, hoje estão na boca mulheres inspiradoras a poucos cliques de distância

Vitória Rios (53) é uma mulher negra que fez sua voz ser ouvida na internet e no jornalismo como locutora e apresentadora.

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 “Como mulher e negra, me vi na base da pirâmide social. Dentre as pessoas que conheço, eu fui a última a entrar nas redes sociais e as usava como meio de desabafo. Isso é muito importante; para as mulheres, o meio digital tem sido essa porta para o mundo.”

A formadora de opinião enxerga o digital como aliado à criação de políticas públicas e uma cultura antimachista.

 “Algo em comum no mundo todo é o cerceamento dos direitos das mulheres, e o digital tem feito esse trabalho mesmo que lentamente. Eu celebro qualquer avanço!”, declarou Vitória.

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De acordo com um censo recente realizado pela agência Squid, no Brasil, 74,7% dos criadores de conteúdo digital de vários nichos são mulheres; contra 19,1% de homens e o restante se identifica como não-binários e outras classificações de gêneros. Num panorama geral, 61% são da região sudeste e 53% têm mais de 30 anos.

É o caso da criadora de conteúdo e jornalista, Cris Guterres, (42). Com mais de 85 mil seguidores, nas redes sociais ela comenta sobre assuntos do momento e trata de questões feministas e étnico-raciais.

“A internet e as redes sociais são poderosas ferramentas de luta para as mulheres. Elas nos permitem conectar, compartilhar experiências e amplificar nossas vozes de maneiras que antes eram inimagináveis”.

Cris acredita que os meios digitais são armas de mudança estrutural para as mulheres.

“É crucial que nós aproveitemos essas ferramentas para continuar avançando na luta por igualdade e justiça”, finalizou a criadora de conteúdo.

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Engajamento no debate político

No cenário político, apesar da discreta participação feminina, essa representatividade teve um inquestionável alargamento. Segundo o Portal de Dados Abertos do TSE, nas eleições estaduais e federais entre 2018 e 2022, houve um aumento de 7,5% no envolvimento delas no processo eleitoral. Hoje, 14,81% dos assentos nos parlamentos pertencem a elas.

Esses importantes avanços, ainda que tímidos, ajudam a explicar a resistência a projetos de lei que objetivam a manutenção de direitos femininos já conquistados. É o caso do PL 1904, apelidado de Lei do Estuprador, de iniciativa da bancada evangélica, que equipara o aborto após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio.

No último sábado (15), aproximadamente 5 mil manifestantes, em sua maioria mulheres, se reuniram na Av. Paulista, em São Paulo, para manter seus direitos ao aborto seguro na forma da Lei. Uma enquete da Câmara sobre o polêmico PL bateu 1 milhão de votos, sendo mais de 88% contrários.

Com as manifestações, o projeto demonstra já perder força na Casa de Leis. Apesar da aprovação a toque de caixa, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou que não deve levar a pauta a plenário.

Outras recentes conquistas com mérito delas são a equiparação de salários entre homens e mulheres e a Lei da Laqueadura, de 2023, que revoga a necessidade do aval do cônjuge para a esterilização feminina.

São ativistas, influencers, formadores de opiniões, agentes políticas e cidadãs comuns das mais diversas culturas e formações fazendo uso das ferramentas digitais para debater pautas sociopolíticas, antes majoritariamente dominadas por homens. Esse é o novo cenário que expõe a força da mulher no ambiente digital e político que, inegavelmente, tem tido grande peso nas decisões sobre o rumo do Brasil.

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